23 junho 2006

Pesquisa brasileira que permite descontaminar a água é premiada na França

A transformação de resíduos de carvão gerados por termelétricas em um material capaz de tratar águas e efluentes industriais. Esse foi o resultado alcançado por Denise Alves Fungaro, do Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Sua pesquisa, de grande importância para a conservação dos recursos hídricos, será premiada pela Rede Mediterrânea UNITWIN/ Cátedras Unesco, no dia 29 deste mês, na cidade francesa de Cannes.

A entrega do prêmio da Unesco será no auditório Debussy, do Palácio dos Festivais e dos Congressos de Cannes, palco de um dos principais festivais de cinema de todo o mundo. O tapete vermelho que anualmente recebe as estrelas do cinema, recebe agora personalidades da ciência comprometidas com a manutenção e uso sustentável dos recursos naturais. A cerimônia acontece durante o 8º Encontro Internacional da Água, que acontece até o dia 30.

Absorção
Na pesquisa foram utilizadas cinzas de carvão da usina termelétrica de Figueira, no Paraná. O material absorvedor gerado – a zeólita – foi utilizado para descontaminar a água proveniente da galvanoplastia, processo que consiste em depositar um metal sobre outro para melhorar suas propriedades. Em média, foi obtido 88% de remoção de zinco na água, que manteve-se dentro dos limites permitidos pela legislação para descarte no meio ambiente. Cada quilo de zeólita foi capaz de remover até 36 gramas do metal presente na água.Na pesquisa foram utilizadas cinzas de carvão da usina termelétrica de Figueira, no Paraná. O material absorvedor gerado – a zeólita – foi utilizado para descontaminar a água proveniente da galvanoplastia, processo que consiste em depositar um metal sobre outro para melhorar suas propriedades. Em média, foi obtido 88% de remoção de zinco na água, que manteve-se dentro dos limites permitidos pela legislação para descarte no meio ambiente. Cada quilo de zeólita foi capaz de remover até 36 gramas do metal presente na água.

Um ponto importante é que as cinzas provenientes das usinas termelétricas oferecem perigos aos mananciais hídricos, pois sua disposição em aterros pode gerar contaminação em águas superficiais e subterrâneas. Apenas 30% dessas cinzas são incorporadas na fabricação de cimento e de fertilizantes. Utilizadas como matéria-prima na produção da zeólita, podem substituir, com economia de 42% em média, o processo convencional empregado por indústrias do setor de processamento de metais. O material pode ainda ser utilizado mais vezes no mesmo processo, além de ser empregado em filtros e barreiras, na remediação de solos e no tratamento das águas de drenagem ácida geradas pela própria usina termelétrica.

A pesquisadora afirmou que será uma honra receber o prêmio, pois não vai representar apenas o Ipen – instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) –, mas também o País. "As pessoas não têm idéia de quão assustadores são os números da degradação da água no planeta, porque ao abrir a torneira temos água", declarou.

Denise Fungaro, que é doutora em química analítica pela USP, com pós-doutorado pela Universidade de Coimbra, já teve sua pesquisa premiada pela Câmara Brasil-México de Indústria, Comércio e Turismo em 2005.

EncontroO 8º Encontro Internacional da Água, em Cannes, permitirá o intercâmbio de universitários, pesquisadores, políticos, administradores e grandes empresas de mais de 60 países. Entre os temas, as reservas de água e as cidades; a água e a saúde; como controlar a água nas cidades; como valorizar as cidades a partir da água; previsão e controle de riscos relacionados às águas nas cidades; a água e o que está em jogo no planeta: por que comunicar-se, como informar e como atuar.O 8º Encontro Internacional da Água, em Cannes, permitirá o intercâmbio de universitários, pesquisadores, políticos, administradores e grandes empresas de mais de 60 países. Entre os temas, as reservas de água e as cidades; a água e a saúde; como controlar a água nas cidades; como valorizar as cidades a partir da água; previsão e controle de riscos relacionados às águas nas cidades; a água e o que está em jogo no planeta: por que comunicar-se, como informar e como atuar.

A premiação foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), juntamente com a cidade de Cannes, com a Universidade das Nações Unidas e a Universidade de Nice Sophia Antipolis, além da Rede Mediterrânea UNITWIN / Cátedras Unesco e tem como objetivo colocar a água como vetor de desenvolvimento e de paz no mundo.

Serviço
Site do simpósio internacional

Com informações de Lilian Bueno – Assessoria de imprensa do Ipen