27 fevereiro 2007

Cetene produz pão de palma forrageira e ração animal de rejeitos de camarão

Pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, estão produzindo ração a partir de farinha de camarão, e pão, da palma forrageira. Os técnicos querem, futuramente, desenvolver um suplemento alimentar para o consumo humano e alimentos para redes de fast food a partir do rejeito do camarão. O pão da palma já é destinado à alimentação humana.

A indústria do camarão é comum na região Nordeste e o projeto visa produzir alimentos de custo barateado e, ainda, reduzir os impactos ambientais da atividade econômica. Já a palma é uma planta comum na região e muito resistente à seca. É fonte de fibras e vitamina C. Os projetos estão sendo desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Os rejeitos da indústria camaroneira dão origem a uma biomassa que pode ser utilizada como ração alimentar, inicialmente aplicada ao consumo de peixes. Um composto rico em proteínas e carotenóides é criado a partir da auto-hidrólise do rejeito de camarão. Esse composto possui uma porção líquida á qual é adicionada glicose e essa mistura é utilizada para cultivar a levedura candida utilis, com o objetivo de enriquecer o composto com vitaminas do complexo B.

O início da pesquisa com o rejeito de camarão foi o tema da tese de mestrado do pesquisador Eduardo Gomes e a otimização do processo está sendo abordada na tese de mestrado do pesquisador Gustavo Alves, ambos do Cetene. Testes com a ração serão realizados no Sítio do Meio, no município de Catende (PE), no cultivo de peixes em tanques-rede.

O pão tipo integral de palma é produzido a partir da farinha de palma enriquecida com fermento biológico. A idéia é fazer o pão utilizando a palma enriquecida como extrato, que substituiria parte da farinha de trigo e reduziria a utilização de fermento, barateando os custos do produto. O projeto foi iniciado no Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), da UFPE.

(Com colaboração de Érika Lima)

Fabiana Galvão - Assessoria de Imprensa do MCT