21 fevereiro 2007

Lição de anatomia




Exposição Bodies produz um espetáculo espantoso e minucioso da anatomia humana




Mariluce Moura, de Nova York
Edição Impressa 132 - Fevereiro 2007


O que temos ali? O corpo visível em sua completa materialidade, camada após camada, e perceptível nas adaptações ao movimento, em suas funções, muitas, uma após a outra até a compreensão de sua fantástica funcionalidade. O corpo insistentemente reiterado, inteiro, depois dissecado em partes, em fatias, ossos, músculos, nervos, vasos e vísceras. Numa multiplicidade atordoante, ele se oferece ao olhar leigo nessa exposição pensada em cada detalhe para iluminar um espetáculo fascinante, espantoso talvez, e minucioso da anatomia humana.


Estamos diante de Bodies... the exhibition num espaço de quase 3 mil metros quadrados no South Sea Port, em Manhattan, Nova York. Mas poderíamos estar igualmente em Miami, Seattle, Las Vegas, Londres, Berlim, Amsterdã ou Tóquio, e a exposição poderia se chamar Body worlds, Body exploration, The Universe within ou Bodies revealed que não faria diferença. Em todas essas exposições, popularizadas nos últimos anos a ponto de já terem atraído algumas dezenas de milhões de visitantes desde a pioneira delas – Body worlds, de 1996 –, o que permite pôr em cena esse corpo humano hiper-real é uma técnica chamada plastinação ou plastinização, criada pelo anatomista alemão Gunther von Hagens em 1975, patenteada em 1977 e refinada até se encontrar em condições de utilização em 1990.

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